o preto velho gervásio eu conhecia a um tempão era um escravo obediente, foi o dodoi do patrão até foi alforriado se livrou da escravidão ficou ali encostado, mas a sombra do passado lhe doía o coração
conforme passava o carro na frente do fazendão o preto velho chorava na frente do casarão ja tinha perdido as forças também a própria visão mesmo assim acompanhava tudo o que se passava naquele trecho de chão
pelo cheiro ele sabia se vinha vindo boiada mandava fechava porteira recolher a criançada légua e meia ele sabia quem vinha vindo na estrada sabia tudo certinho quem vinha la no caminho quem passava na baixada
um certo dia ele disse que estava vendo na estrada muita gente em silencio fazendo uma caminhada o seus amigos olhavam na estrada nao vinha nada quando foi dali uns dias era o preto que seguia pra verdadeira morada
aquela gente em silencio naquela estrada comprida ninguém estava entendendo era o próprio velho vendo a sua própria partida