Todas as noites lá no meu apartamento Eu fico olhando a vida simples da favela Apago as luzes pra que o mundo não me veja E fico ali horas e horas na janela O Zé pedreiro que lá vem trançando as pernas Faz zigue-zague mas não erra seu portão Vem a sua amada com o seu filhinho no colo Eles se abraçam e entram no barracão
Para seu filho ele trouxe pirulito Para sua amanda trouxe balas de hortelã E nesta cena rotineira de favela Para ela Zé pedreiro é seu galã Para ele sua amada é uma rainha E o seu barraco é um castelo de marfim Eu lá de cima vendo aquele paraiso Quisera Deus eu tivesse a vida assim
O que adianta luxuoso apartamento Aqui tão alto quase perto do luar Se eu não trago pirulitos e nem balas Se eu trousesse não teria pra quem dar O Zé pedreiro que é feliz em sua vida Com seu barraco, seu filho e sua amada O Zé pedreiro é rico em sua pobreza Eu na riqueza ganho tudo e estou sem nada