Um rastro de boiada sobre o capim batido Lá na curva da estrada um berrante doído Um grito de peão E o meu coração ta feito um boi perdido
Quem tem o chão na veia, quem tem raiz no chão Morando na cidade mistura saudade com alucinação Quem é filho do mato chama o mato de pai Quem vice na saudade Só vai na verdade onde a saudade vai
Meu coração menino brinca de ser valente No piso na varanda que descansa essa mente Ao som de uma viola Que por Deus consola a solidão da gente
Botei a mão pra fora senti pingar na palma Parece que Deus sabe que a chuva me acalma E esmo aqui distante Um pingo é bastante pra lavar minh'alma
E se chover mais forte vira enxurrada Que leve a minha sorte pela mais longa estrada Que seja compreendida A lição que da vida não se leva nada