Ela chegou com o circo. Dedilhava castanholas. Era morena e bonita. Era meiga, era espanhola.
Tinha os olhos cor da noite. E os lábios cor de cereja. Seu rosto tinha beleza. De uma tarde sertaneja.
Quando a viu cheia de graça. Na volúpia do bailado. Ele cheio de esperança. ficou logo apaixonado.
E um dia se decidiu. Ela tem sido o meu mal. Vou dizer que a quero muito. Vou declarar-me afinal.
E partiu era de noite. Inquieto, meio arredio. Foi ao circo tiritando. Pois fazia muito frio.
Mas ao chegar lá no largo. Chorou por tudo que viu. O circo havia partido. E o largo estava vazio.
Saudade ficou com ele. Na praça ficou saudade. Saudade da noite amiga. E nas ruas da cidade.
De noite o pobre rapaz. Sempre escuta as castanholas. E chora desesperado. O seu pranto ninguém consola. E chora desesperado. O seu pranto ninguém consola.