Eu tinha bom gado de corte Eu tinha bom gado leiteiro Eu tinha um cavalo baio E um abundante celeiro Eu era muito respeitado Eu fui campeão de rodeio E por todas as redondezas Queriam ouvir meus conselhos Por causa de um par de olhos Azuis claros como o luar Eu disse meu pai vou-me embora Eu vou procurar, Sem ela não posso ficar
Andei lado a lado com a morte Por esse mundo a vagar Eu que era amigo da sorte Fui companheiro do azar Então me tornei vagabundo A dor e a fome chegou Comi maltrapilho e imundo O pão que o diabo amassou Depois de muitas andanças Encontrei-me com ela num bar Sorrindo e bebendo com outro Naquele lugar, Decidi que eu ia voltar
Ao longo caminho da volta A vergonha e a solidão Sem saber se seria bem vindo Por meus pais e também meus irmãos Ao longe avistei minha casa Bateu forte o meu coração O pranto escorreu em meu rosto Molhando a poeira do chão Meu pai com os braços abertos Disse meu filho voltou Três dias, três noites de festa E o sino tocou Anunciando que a paz retornou