Ed Wilson

Biografia

Ed Wilson
Por: Aleyster Crowley Bernardo de Andrade:

Ed Wilson, foi um ícone da história musical brasileira.

Edson Vieira de Barros (Rio de Janeiro, 29 de julho de 1945 - 4 de outubro de 2010), mais conhecido como Ed Wilson, foi um cantor e compositor brasileiro. Fez parte do movimento da Jovem Guarda e no final de sua carreira esteve ligado à música gospel.

Aos 65 anos, Ed Wilson, morreu na noite de domingo (3) em Copacabana. O cantor e compositor estava internado no Hospital São Lucas, em Copacabana, na Zona Sul do Rio, ele lutava contra um câncer. O corpo foi velado na capela 6 do cemitério São João Batista, em Botafogo. E a cremação está marcado para ser na tarde desta terça-feira (4) no crematório do Caju, na Zona Portuária do Rio. Ed Wilson morava no Leblon e deixou viúva e filhos.

Sua hitória:

Ed Wilson, foi um cantor e compositor brasileiro, da jovem guarda, uma estrela de grande valor, Edson Vieira de Barros era seu nome verdadeiro, nasceu no Rio de Janeiro, em 29 de julho de 1945, no bairro da Piedade.

Conviveu com a música desde menino, inclusive aos 14 anos cantava os sucessos de Nélson Gonçalves, Anísio Silva e outros ídolos que eram sucessos na época.

A “Família Barros” sempre dedicada a arte, principalmente a música. Sua mãe Elair Silva, foi cantora da Rádio Nacional, chegou a ganhar concurso como melhor cantora, porém seu pai, o velho “Barros”, evidentemente com ciúmes, nunca permitiu que seguisse carreira. Seu “Barros” foi ator, teve participações em vários filmes nacionais. Todos os domingos a família se reunia para o famoso almoço dominical e a música rolava solta.

O INÍCIO

Edinho (como era carinhosamente chamado pelos amigos), junto com os irmãos Renato Barros e Paulo César Barros, dois monstros sagrados na guitarra e contra-baixo, respectivamente, resolvem formar um grupo, após assistirem ao show de Bill Haley and the Comets, em abril de 1958, no programa “Noite de Gala” na TV-Rio, que futuramente seria o mais querido da jovem guarda, os BLUE CAPS (o nome inicial dado por Renato foi: Bacaninha do Rock da Piedade) A influência do rock´n´roll tomava conta do mundo, a juventude acompanhou a febre do rock, um rumo diferente, uma loucura. Renato por ser o mais velho, e seguindo orientação do pai, foi nomeado o líder, porém Ed Wilson era o cantor, todo estilo Elvis Presley, ou seja, se sentido o próprio, deixando o topetão crescer, usando gola alta e jaqueta de couro. O mais novo deles, Paulo César, em seu contrabaixo acústico (afinava em dó maior), cantava menos. Iniciaram fazendo mímica,haja vista, que era a coqueluche da época, só depois partiram para tocar e cantar ao vivo, onde todo o talento dos irmãos “Barros” começaram a despontar.

CARREIRA SOLO

Depois de sofrer um pouco, como acontece sempre, o grupo BLUE CAPS, começou a ser reconhecido por todos, principalmente nos programas dedicados aos jovens, e então, Carlos Imperial, no faro que lhe era peculiar, sentiu o talento do menino e então falou que ele deveria se destacar e ter seu próprio espaço, com isso deu corda no velho Barros, para Edinho fazer carreira solo. Ficou no grupo até o final de maio de 1962, quando o próprio Imperial, lhe deu o nome artístico de Ed Wilson, porém é bom destacar, que Ed sempre participava das gravações dos BLUE CAPS e também em alguns shows, nunca esquecendo suas origens e em alguns depoimentos, achou sua saída do grupo um pouco prematura.

TRAJETÓRIA

Foi contratado pela gravadora Odeon, e no dia 06 de julho de 1962, entrava em estúdio para gravação de seu 1º. Disco, 78 rpm, com as músicas “NUNCA MAIS” – de Carlos Imperial e Paulo Brunner e “JURO MEU AMOR” – versão de Imperial, com acompanhamento dos BLUE CAPS. O lançamento aconteceu em agosto com o número 14.813, obtendo relativo sucesso, inclusive sendo destaque da REVISTA DO RÁDIO, a mais famosa da época, na edição 678 de 1962, onde é chamado de “ELVIS BRASILEIRO”.

Em 1963, no dia 15 de abril, entra em estúdio novamente e grava seu 2º. Disco, um compacto duplo, com as músicas: TELEFONEMA – de Renato Barros; QUANDO – Versão de Romeo Nunes; EU E ELAS – Versão de Mário Albanese e DOIDINHA POR MIM – de Ricardo Galeno, lançamento feito em maio, número 7BD-1059.
Já no fim do ano de 1963, deixa a gravadora Odeon e é contratado pela RCA VICTOR, porém não fica muito contente, pois é obrigado a gravar logo no seu 1º. Disco versões italianas: “SABOR DE SAL” e “BROZEADÍSSIMA”, feitas por Hélio Justo e lançado em março de 1964, com o número 6020.

Em junho do mesmo ano, lança um novo compacto simples, de número 6071, com as músicas: “CARRO DO PAPAI” e “PATRULHA DA CIDADE”, composições de seu irmão Renato Barros. Seu último trabalho na RCA, aconteceu em abril de 1965, com o compacto simples de número 6136, com as músicas: “DOCE ESPERANÇA” e “COMO TE ADORO MENINA”, composições também de Renato, sendo a última versão, e é considerada uma das mais bonitas interpretações de Ed Wilson, inclusive, foi a música que influenciou minha admiração por ele.

A JOVEM GUARDA

No dia 22 de agosto de 1965, a TV Record, em São Paulo, lança o programa que marcaria definitivamente a música da juventude: “JOVEM GUARDA”, sob o comando de Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa, seus amigos de luta no Rio de Janeiro.

Com o sucesso do programa, os cantores jovens começaram a aparecer, principalmente em São Paulo, Ed Wilson, foi um deles, e então a gravadora CBS, logo levou para seu Cast, inclusive Pedro Paulo, Luis Carlos Clay, Luis Keller e outros também foram contratados.

DISCOGRAFIA

Em março de 1966 é lançado seu único LP, do período Jovem Guarda, de número 37.448, título “VERDADEIRO AMOR”, acompanhamento de Renato e Seus Blue Caps, onde destacaram as faixas: “SANDRA” – Versão de Gileno; “SE VOCÊ QUER” – Versão de Lílian(hoje Lilian Knapp; “VOU PARTIR” – Versão de Renato Barros, é nesse álbum que grava uma composição sua “NÃO SEI PORQUE”.

Depois disso, só conseguiu lançar compactos e participações na coletânea “14 Mais” e segundo o próprio Ed Wilson, faltou-lhe agressividade em termos de álbuns, como fazia muitos shows e pelo próprio traço de sua personalidade, de não ser ambicioso, aquilo lhe bastava.

A morte de seu pai no final de 1967 lhe afetou muito, porque era ele quem cuidava pessoalmente de sua carreira. Porém, há quem garanta que foi sabotado na gravadora CBS.

Em termos de compactos e participações nas “14 Mais”, despontaram muitas músicas como: 1967 – “Saudade” – Versão de Lisna Dantas; “Sem seu Amor” e “Amigo da Onça” – ambas de Renato Barros; 1968 – “E Morro de Saudade de Você” – de Luiz Ayrão e Marcos Torraca; 1969 – “Se ela não Serve pra Você, Também não Serve pra mim” – de Raulzito; 1970 – “Mas que Frio Faz” – Versão de Leno e 1971 – “Ela é Minha” – Versão de Rossini Pinto.

Gravou dois duetos com a cantora Diana( hoje assina como Dianah, inseridos nas “14 Mais” – 1971 – “Carinhoso” – de João de Barro e Pixinguinha e em 1972 – “Quero Saber” – Versão de Rossini Pinto, ambas com produção de Raul Seixas.

Antes de deixar a CBS no final dos anos 70, gravou em inglês com o pseudônimo de Barry Dean, para trilhas das novelas da Rede Globo, onde obteve destaque para a música Love Me More, trilha sonora de “Sem Lenço Sem Documento Internacional” em 1978, drama de Mario Prata e direção de Regis Cardoso e Denis Carvalho.

Fez muitos shows cantando sucessos internacionais, era a fase dos Pholhas, Trepidant's, Christian, Morris Albert, Michael Sullivan e tantos outros brasileiros que cantavam em inglês.

Teve sua investida na carreira de produtor, onde trabalhou muito com Jerry Adriani, Sidney Magal, Peninha, Lilian Knapp, César Sampaio, principalmente na gravadora Polydor, a convite de Roberto Livi, onde produziu discos em Los Angeles e Miami.

Em 1981 gravou um compacto simples Gêmini RR- 1719 com as músicas: “Com que Direito” e “Quem é Você” de sua autoria em parceria com Cury, com produção de Livi. Nesse período fez memoráveis composições, é bom esclarecer, que no período da Jovem Guarda fez várias composições para Renato e seus blue caps, Wanderléa, Cleide Alves, Pedro Paulo, José Roberto, Leno e outros.

É de sua autoria canções extraordinárias como: “Chuva de Prata” – Gal Costa; “Agüenta Coração” – José Augusto; “Pede a Ela” – Tim Maia; “Aparências” – Márcio Greyck; “O Pensamento Vai Mais Longe” – The Fevers e muitas outras.

É grande a relação de ídolos que gravaram suas composições, paulatinamente,
veja no blog como TUNEL DO TEMPO, onde você poderá conhecer suas composições e muito mais.

SEGMENTO GOSPEL

Ainda nos anos 80, enveredou para o universo da música gospel, quando em 1985, pela gravadora Copacabana lança seu 1º. Álbum religioso, título “Chuva de Bênçãos”.

Em 1988, produziu o álbum da cantora Kátia Cilene, gravadora RGE, onde faz dueto na música “Quero Seu Amor Pra Mim” – versão de Carlos Colla, original de Neil Sedaka.

Depois foi contratado pela Line Records em 1992, onde gravou os álbuns: “Te Amo Tanto”; “Minha Estrada”, “Uma Força no Ar”,um dos quais em espanhol “Mi Ruta”, versionado do álbum “Minha Estrada” para o mercado latino.

Seu último trabalho gospel saiu em 1993,
pela Top Gospel com o título “Fé e Vitória”.

RELIGIOSIDADE

Extremamente religioso, sua primeira incursão à igreja, ocorreu aos 18 anos, inclusive na época falou de Jesus para muitos companheiros, como Roberto Carlos, Wanderléa, Rosemary etc, porém devido aos constantes shows que fazia, acabou parando, de freqüentar os cultos, só retornando à igreja, por volta de 1983 e em 1985 realizou uma grande vontade, ou seja, de gravar seu 1º. Disco evangélico, porém paralelo continuou compondo e participando de programas, e às vezes não era entendido, e comentava: “Quando uma pessoa se converte, a cobrança é muita maior. Portanto, as críticas as vezes ocorrem. Mas o importante é sua parte na obra de Deus. O que realmente conta é o seu coração com Ele”.

Ed Wilson também enaltece sua cura “problema de gagueira” a um milagre de Deus. Aconteceu na “Igreja Nova Vida da Lagoa”, o pastor Márcio Nogueira, perguntou se ele acreditava que Jesus poderia lhe curar, respondeu que sim, e realmente ficou bom,inclusive é pensamento seu escrever um livro, e na última conversa que tivemos, a princípio teria o título: “DA JOVEM GUARDA A JESUS CRISTO”, contando toda sua trajetória, tão bonita e de sucesso.

THE ORIGINALS

Hoje Ed Wilson é um dos mais importantes integrantes do grupo “THE ORIGINALS”, quando Miguel em 2005, teve a idéia de juntar ex-integrantes das três maiores bandas do período Jovem Guarda, ou seja, The Fevers, Renato e seus blue caps e Os Incríveis e formar um grupo para reviver os grandes sucessos da época.

A formação inicial contou com: Miguel, Pedrinho, Cleudir e Almir Bezerra, (Fevers) – Ed Wilson (Blue Caps) e Netinho e Nenê (Incríveis).

O sucesso foi imediato, alcançando os objetivos desejados pelos componentes. Como acontece em todos os grupos é difícil manter sempre os mesmos integrantes, e ocorreram algumas mudanças, Paulo César Barros, seu irmão, atualmente faz parte, inclusive era o preferido de Miguel para formação inicial. O importante é que o grupo continua fazendo muitos shows para delírio de todos nós.

Ed Wilson, partiu deixando um vasto trabalho e muitos sucessos inesquecíveis.

Publicado em 15 Jul 2008, 20:35


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